Matéria especial: O fim da BRA Transportes Aéreos

A história da BRA se mistura a história da Passaredo, que havia arrendado dois Airbus A310-300, registrados como PP-PSD e PP-PSE, para operar em parceria com um Pool de operadoras turísticas, encabeçada pela Panexpress, em vôos charters nacionais e internacionais. Vários vôos foram efetuados e num momento mais crítico, com a taxa do dolar disparando no mercado, a aeronave PP-PSE foi devolvida ao arrendatário. A partir disso inicia a história da BRA, na qual o Airbus A310, de matrícula PP-PSD, continuou a operar alguns vôos para agências, mas já sem o nome Passaredo na fuselagem e sim BRA – Brasil Rodo Aéreo, nascida em agosto de 1999.




Desde então, a operação conjunta com a Panexpress foi suspensa e a BRA iniciava-se as operações em acordo com a empresa Rotatur, que pertencia ao grupo Varig. Com a devolução do Airbus A310 a BRA efetuou acordo com o grupo Varig para utilizar-se de aeronaves da Varig, Rio-Sul e Nordeste, além das operações com aeronaves próprias iniciadas em 2001 com dois Boeing 737-300, registrados como PR-BRA e PR-BRB, que voaram no Brasil pelas cores da Transbrasil.



Em 2002 a BRA - Brasil Rodo Aéreo recebeu um Boeing 737-400 para 174 passageiros e operou vôos fretados entre cidades do Estado de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, para os principais destinos turísticos brasileiro.



Em 2003 a frota da empresa contava com cinco Boeing 737-300 e um Boeing 737-400 transportando mais de 600 mil passageiros. 

Em 2004 recebeu mais um Boeing 737-400 e um Boeing 767-300ER para realizar vôos fretados para o exterior. Barcelona e Madrid, na Espanha, Cancun, no México, e Lisboa, em Portugal, foram as cidades operadas no Exterior.



A BRA vendia pacotes turísticos entre cidades do Sul, Sudeste e Centro-oeste para várias pontos turísticos do nordeste, entretanto, a companhia aproveitava os lugares vazios no voo para vender passagens nos aeroportos com tarifas mais vantajosas que suas concorrentes, que operavam voos regulares. Devido a pressão da GOL, TAM e VARIG, em 2005 a BRA recebeu autorização do DAC e se tornou companhia aérea regular.

No auge de sua operação, em 2006, a BRA operou seis aeronaves Boeing 737-300, para 136 passageiros, três Boeing 737-400 para 174 passageiros, um Boeing 767-200 e um Boeing 767-300. Faturou U$340 milhões e atendeu 30 cidades no Brasil e no mundo.

No início do ano de 2007, a empresa fechou acordo de compartilhamento de voos com a OceanAir. Juntas tinham objetivo de atingir 10% de market share, e passaram atender 55 cidades com 28 aeronaves. Porém, a parceria que tinha plano para durar dois anos, não foi bem sucedida, e poucos meses depois foi desfeita, prejudicando as duas companhias.

Em junho de 2007, a Embraer e a BRA Transportes Aéreos assinaram acordo comercial preliminar para a compra de 20 jatos Embraer 195, com opções para mais 20 aeronaves do mesmo modelo. O valor do negócio, era de US$ 730 milhões, e atingiria US$ 1,46 bilhão, caso todas as opções fossem confirmadas. Os E-Jets 195 da BRA seriam configurados para 118 assentos em classe única e o início das entregas estava previsto para o fim de 2008.



Em novembro de 2007 a empresa solicitou a suspensão de seus voos para ANAC e anunciou a demissão de 1100 funcionários. A BRA alegou que esperava um aporte financeiros de seus investidores para normalizar a sua operação, situação esta que nunca mais ocorreu. No mesmo mês, a Oceanair aceitou o pedido da ANAC e do Ministério da Defesa, e fechou um acordo com a BRA para atender os passageiros que haviam compro as passagens da empresa. Nesta época, a Oceanair incorporou à sua frota algumas aeronaves que antes voam nas cores da BRA.



Vinte dias após a suspensão da operação, a BRA entregou à Justiça o pedido de recuperação judicial. Na época, a divida da empresa era estimada em U$100 milhões e seus passivos não passavam de U$10 milhões. Os inícios da crise financeira veio à tona quando o acordo de voos com a Oceanair foi desfeito, entretanto, a administração da companhia sempre foi criticada pelo amadorismo dos irmãos Folegatti, que dificultavam o trabalho dos investidores.

Em Abril de 2009 a empresa voltou a voar com um Boeing 737-300, registrado como PR-GLK e escolheu um modelo de negócio que havia levantado a companhia até 2006: operar voos fretados ligado a vendas de pacotes. A empresa chegou a operar por 10 meses, realizou dois voos para Goiânia, um com empresários e outro transportando o time do Cruzeiro Esporte Clube. Porém, o mercado já havia se alterado. O cenário não era o mesmo de quando a companhia surgiu, e a crise financeira que atingiu a BRA prejudicou as vendas e em quem acreditasse na companhia. No início de 2010 a empresa devolveu a sua única aeronave e encerrou definitivamente suas operações.




Em Goiânia, a companhia operou voos regulares e fretados, e ligou a capital goiana aos principais destinos do país: São Paulo - Congonhas, São Paulo - Guarulhos, Brasília, Porto-Seguro, Natal, Fortaleza, Ribeirão Preto e outros pontuais, como Belo Horizonte e Uberlândia. Era comum ver aos finais de semana várias aeronaves da BRA ao mesmo tempo em solo. 






*** Crédito nas fotos ***

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